Acabei de assistir a dois documentários sobre prisões, ambos do National Geographic.
No primeiro (Prisões da Oceânia), falava-se da vida de uma prisão australiana de alta segurança. O documentário confirmou as minhas suspeitas desde há muito: uma prisão é um sítio terrível onde viver. Sempre achei que se algum dia eu fosse preso, por qualquer razão, o pior problema não seria estar condicionado a um recinto fechado, mas sim coabitar com outros reclusos...
O segundo documentário, inserido na série Bastidores, ia mais a fundo e retratava uma prisão de celas solitárias. Neste caso, entrámos dentro de uma prisão nos Estados Unidos e vimos a decadência a que chegam pessoas que estão anos (ou décadas, em alguns casos) afastadas de outro ser humano. Não podem falar, não podem ver, não podem ler... tudo o que se relaciona com outro ser humano é-lhes pura e simplesmente retirado.
Enquanto que no primeiro caso, um ex-recluso tinha 25% de probabilidade de voltar à cadeia, no segundo essa possibilidade subia para 67%! Confesso que não me espantei pelas percentagens e se me tivesse espantado seria apenas e somente por serem tão reduzidas. Como é possível acreditar que uma pessoa pode tonar-se mais pacifica ao fim de 25 anos de total isolamento?
Fez-me imensa confusão ver algo tão humano privado por uma pessoa mostrar um comportamento que outros consideraram errado. A socialização (ou neste caso, a falta dela) é demasiado grave. Como animais sociais que somos, não faz sentido forçar um isolamento total para garantir correcção.
Aceito, claro, que pessoas potencialmente perigosas para a sociedade sejam vigiadas, presas, ou afastadas de qualquer forma, mas isso não requer um isolamento total e absoluto! Somos animais sociais e se não vivermos em sociedades, não poderemos treinar os nossos comportamentos.
Sinto a despoletar em mim algum respeito para com estas pessoas... este não é, de forma alguma, um castigo fácil...
Sem comentários:
Enviar um comentário