sexta-feira, maio 29, 2009

Voltar à origem (Algures entre a saudade e a liberdade)

Tenho saudades de muitas coisas... Há bem pouco tempo, dei por mim angustiado por saber que não vou poder voltar a estar, na já demolida casa dos meus avós, com muitos dos meus 14 primos (e o meu irmão) maternos, a jogar um jogo qualquer, como acontecia quando eu tinha cerca de 5 anos...

Temos saudades do passado, daquela visita de estudo, daquela piada, daquela pessoa, daquele sitio, daquela actividade... Há coisas que podem voltar a acontecer, outras que não, mas tirando a questão temporal, isto é, o facto de envelhecer-mos, muitas das coisas das quais sentimos saudades e que não voltamos a fazer é por culpa meramente nossa!

Mas porque este assunto hoje? Porque sentia saudades da liberdade de andar de bicicleta... Há vários anos que não a sentia. Tinha criado o meu estereotipo de que eu não era assim... eu não o podia fazer. Há mais de 6 anos que não andava de bicicleta. Hoje mudei isso... Cansei-me nas subidas, cansei-me em terreno plano quando quis andar mais depressa para sentir o vento, descansei sempre que a descida dava o balanço, aumentava a velocidade, fazia bater mais vento na minha cara e que a estabilidade física e emocional me permitia fechar os olhos por alguns segundos e ser livre de mim mesmo...

Vale a pena estar cansado agora... Porque foi bom estar livre no meio na Natureza...

domingo, maio 10, 2009

Então olha gosto muito de ti (Um pedaço de simplicidade)

Tenho a convicção que nem tudo o que é simples é desinteressante. Patética forma de começar mais um post, mas talvez vos consiga convencer da frase que acabei de escrever.

Temos a tendência de não reparar nas coisas mais simples, geralmente porque estamos demasiado habituados a elas... Aliás, apercebi-me recentemente que por vezes temos de nos afastar de algo que gostamos, para ver que afinal gostamos muito mais do que pensávamos, mas isto não é história para agora...

Com este post quero mostrar-vos uma música, que à semelhança do filme que apresentei no post anterior, me marca imenso. Não há muitas musicas com as quais eu me identifique, ou me tivesse identificado, a 100% algures no caminho da vida, porém esta é uma dessas músicas. Chama-se Balada do Desajeitado e é de um grupo que tem a capacidade de fazer musicas lindas mas bastante simples e directas... Para interessados, falo dos Quadrilha.

Como todas as músicas bonitas... Percebam a letra para ouvir a mensagem...



Sei de alguém
Por demais envergonhado
Que por ser tão desajeitado
Nunca foi capaz de falar

Só que hoje
Viu o tempo que perdeu
Sabes esse alguém sou eu
E agora eu vou-te contar

Sabes lá
O que é que eu tenho passado
Estou sempre a fazer-te sinais
E tu não me tens ligado

E aqui estou eu
A ver o tempo a passar
A ver se chega o tempo
De haver tempo p'ra te falar

Eu não sei
O que é que te hei-de dar
Nem te sei
Inventar frases bonitas
Mas aprendi uma ontem
Só que já me esqueci
Então olha gosto muito de ti

Podes crer
Que à noite o sono é ligeiro
Fico à espera o dia inteiro
P'ra poder desabafar

Mas como sempre
Chega a hora da verdade
E falta-me o à vontade
Acabo por me calar

Falta-me jeito
Ponho-me a escrever e rasgo
Cada vez a tremer mais
E ás vezes até me engasgo

Nada a fazer
É por isso que eu te conto
É tarde para não dizer
Digo como sei e pronto

Eu não sei
O que é que te hei-de dar
Nem te sei
Inventar frases bonitas
Mas aprendi uma ontem
Só que já me esqueci
Então olha gosto muito de ti