domingo, junho 23, 2013

Tentativa

Pela terceira vez, esta folha escrita é invocada. Pela terceira vez, a folha encontrava-se em branco e por duas destas três vezes, em branco foi mantida e descartada. Três vezes é sinal que tenho algo a dizer, apenas não sabia ainda bem o que, nas duas primeiras vezes que me decidi a desistir.

O que falta na ponta dos dedos que escrevem estas ideias soltas, não são temas para serem postos em papel. A primeira ida à praia do ano, após um confronto interno sobre a questão do ir ou não ir. Os amores e desamores de quem se senta sistematicamente numa das pontas da quadrada mesa que se instala no café... ou os amores e desamores de quem apenas agora se começa a sentar... ou os amores e desamores de quem decidiu, por amor, deixar de se sentar... ou os amores e desamores de quem, por vontade, opção ou proibição, nunca se sentou.

Muito amor e desamor anda por aí...

quarta-feira, junho 19, 2013

Eureka

Há dias, em que o barulho do tiq-taq é oprimido pelo silencio da voltagem aplicada à tina onde moléculas de DNA são empurradas-puxadas ou pelas forças Gs provocadas pelo girar energético de uma centrifugadora.

Por vezes, perco-me nos quilómetros que piso entre os dois laboratórios que se separam fisicamente por meia dúzia de metros. Num dia em que 8 horas são passadas a fazer os mesmos procedimentos, com um sucesso apenas parcial, esqueceria-me de almoçar se não fosse o convite dos meus colegas. E como só somos convidados para algumas coisas, muito daquilo que é fundamental, mas pessoal, fica esquecido, como beber um copo de água, ou subir as escadas que me levam à wc.

E tudo até poderia ser, de uma forma ou de outra, uma coisa gira. Uma aproximação à minha vontade de ser realmente um cientista maluco (e lunático)... mas para isso é preciso que as coisas funcionem bem para que eu não passe pelos corredores irritado com o sucesso que não chega, mas que os passe sim, aos pulos, a gritar Eureka!