quinta-feira, novembro 14, 2013

Despedidas

Posso-te contar uma história?

Inventemos uma lareira, porque todas as histórias são bonitas se tiverem uma lareira. Coloquemos chuva a bater no vidro, porque o drama acentua-se quando o tempo lá fora reflecte o mesmo que se sente cá dentro. E claro, que se ponha o Sol atrás da serra que se vê no horizonte desta planície. Na mesa de madeira, porque de madeira deviam ser feitas todas as mesas que se abrigam em casas acolhedoras, quatro pessoas jantam da comida fumegante. Do nada, Maristela faz ouvir "hoje fui ao cemitério". Todos sabemos a que campas se dirigiu Maristela, todos sabemos pelo que é que ela passou e todos sabemos que ela ainda não conseguiu superar o que se passou. Samara e Deonilde questionam "porque é que foste lá? devias tentar superar isso"... e foi isso mesmo que Maristela fez. Pela última vez, foi-se despedir... a despedida foi tão forte que sem qualquer emoção na voz, Maristela esclarece que "nem do carro saí... fui só lá!"

Que saudades causam as coisas que deixam de existir da mesma forma como as conhecemos, depois de as termos conhecido...