terça-feira, março 22, 2011

Tapada's Secrets


Começou no Anfiteatro, uma aventura secreta pela Tapada da Ajuda (GC176CK). Um ano depois da primeira aventura, piso os degraus de pedra na companhia da Ana para procurar o tesouro antes desaparecido. Alheios à riqueza da pista que o anfiteatro esconde, um grupo de estudantes conversa distraído do outro lado. A procura começa, pela borda de trás, mas é um pouco mais abaixo, tapado por uma pedra que de revela o rolo com o pergaminho que irá desenhar este mapa. No terceiro dia de sol do ano, estamos no bom caminho.

No lago dos patos, já há algum tempo que não há patos. Algumas tampas saltam sob o olhar atento das tartarugas que se banham com os raios de sol e sobre o nadar elegante dos peixes que se vêm na água verde. Salta, sem muitas dificuldades a tampa certa para marcar mais um ponto no mapa do tesouro. A próxima paragem é o mar branco!

Tal como os patos não estão no sitio dos patos, a água já não enche o mar branco. Sem ser necessário um barco, lembramos-nos da dificuldade que é voltar à margem sem uma corda que nos puxe. O cenário é analisado e os cactos exóticos erradamente introduzidos na paisagem há anos fazem com que o acesso seja ainda mais complicado. Abrimos a caçada pelos trilhos ainda não desenhados. O mato é virgem mas nós progredimos, agarrados às árvores para não cair, colina abaixo. Arranhão aqui e ali... não importa: todas as aventuras deixam os seus arranhões. A descida está feita e estamos com pé onde um dia não teríamos. Seguimos as coordenadas do GPS e encontramos o X que assinala o caminho. Não é o X final, mas lá chegaremos.

Aproveitamos a brisa marinha que se faz sentir e que de marinha tem pouco e quando as energias estão renovadas, construímos a nossa canoa para sair da lagoa seca. Fica para trás o auditório e subimos pela avenida das oliveiras. Junto à reserva da natureza, um quarto ponto de passagem chama por nós. A vista continua agradável, como sempre foi e olho com desejo para a reserva onde a Natureza manda. Hoje não é dia de a ir explorar.

Por cima, por baixo ou ainda por mais baixo. Se no meio está a virtude, foi o meio que seguimos. Um cemitério de ciprestes vivos travava sistematicamente o nosso caminho, atribulado. Não é mato, mas também arranha. Nos arames estamos nós, sem saber o que procurar, onde procurar ou como procurar. Um cavalo relincha ao fundo a dizer "é aqui". Mesmo sem nos aperceber-mos ouvimos-o e não tarda a micro surge mesmo à vista. Esticam-se os braços para a alcançar e para a repousar. O mapa do tesouro está completo, portanto é hora de descer.

Não nos aventuramos pelas minas de água, que têm uma porta aberta, nem repousamos na geradora. Apenas uma paragem a meio do caminho para recuperar mais algumas forças e não tarda chegamos ao tapete verde que esconde o caminho. Todos os vestígios da presença dos piratas que esconderam o tesouro estão apagados, pelas plantas que quiseram tentar ali a sua sorte no mundo vivo. O lago está escuro, como sempre esteve, mas hoje sem caloiros a tomar banho. Ao fundo, para lá dos muros da Tapada da Ajuda, um rádio toca por uma janela aberta. Escondido, o tesouro acaba por se render e mostrar, não querendo que nós contenhamos mais a alegria de encontrar mais uma cache, e esta, uma excelente cache...

domingo, março 13, 2011

Missão: Sorrisos no Parque das Nações


É difícil assinalar a que horas o dia começou. Por um lado, o despertador tocou as 9h00, mas eu só me levantei as 9h30. O comboio só chegou à estação às 10h10, mas eram já umas 11h15 quando pus os pés no Parque das Nações.

Na mochila: Um inicio de uma constipação e 10 geocaches para procurar com a maior diversidade até ao momento (duas mistery, uma virtual, uma wherigo [tudo novidade para mim], uma multi e 5 clássicas).

Cerca de 3km em linha recta separavam a primeira da última cache, sendo percorridos mais 3 para que eu pudesse meter-me a caminho de volta a casa.

A missão: Espalhar caras contentes no Parque das Nações.

Foi no Passeio de Neptuno (GC2KB2P) que se abriram as hostes. Esta cache mostrou-me que o Parque das nações é afinal maior do que eu pensava e que uma coisinha grande pode ficar escondida numa coisinha pequena. Enquanto esperava que pudesse tirar a cache do local sem ser topado, pude aproveitar a calma da hora... Mas o que mais marca esta cache, foi ter contactado pela primeira vez, ao vivo, com um geocacher. Lá estava ele, no GZ no momento em que eu a ia devolver ao ninho. A sua 199ª cache, contrasta com a minha 10ª.

Ali ao lado e debaixo das primeiras gotas de água do dia, estava a Numb3rs [Lisboa] (GCTHFG). A pista foi tão clara que antes de chagar ao local, já estava a ver que ela estaria ali. O único problema era um muggle que não fugiu da chuva e que, a 3 passos de mim, mas de costas para a cache, gritava ao telemóvel, alheio a tudo o que fiz nas costas dele. Se ele não via por estar de costas, eu podia (e pude mesmo) levantar a tampa e recolher a cache. A segunda do dia estava feita e a chuva queria piorar...

O sitio d'A Cache do Gil (GC2K9R9) já tinha história antes do Geocaching. Foi neste local que comi a minha primeira sandes de Delicias do Mar, em plena Expo'98. Não contratando, as sandes de Delicias do Mar são as minhas preferidas e esta ficou também a ser a cache mais divertida do dia. A minha primeira Wherigo levou-me a reconhecer os recantos da Expo'98, convertida em Parque das Nações, abrindo as memórias já a ficarem apagadas. Acompanhando o Gil pelo parque, relembro os momentos vividos nos Jardins de Água, passeio via Ribeira das Naus ao antigo Pavilhão da Utopia, percorro os jardins Garcia da Horta, conheço a Docas , aprecio a magnitude da Torre Vasco da Gama e tenho mais uma cache feita. Uma interacção perfeita com o meio circundante! Uma cache fenomenal e que me põe à procura de mais Wherigos.

Todas as restantes caches foram feitas na companhia do Gil, que teve de concordar em fazer desvios ao seu caminho para me ajudar a procurar as restantes caches... Diga-se de passagem que até nem esteve mal.

Percorri diversas vezes o passeio com todas as bandeiras das diversas nações... Gosto de me sentir envolvido por aquela tão enorme diversidade cultural. A Picture your Flag [Lisboa] (GC8C23) foi só um pretexto para repetir o passeio. Estando a chover, preferi tirar uma foto ao placard com as informações necessárias em vez de as apontar num papel. Ve-se bem? Óptimo... Mais uma foto à nossa bandeira e siga viagem.

Gosto bastante dos Jardins da Gulbenkian, mas não conhecia nada sobre a história deste senhor. Este lamentável erro foi reparado pel'O "Senhor cinco por cento" - Calouste Gulbenkian (GC1YD7R). Com os trabalhos de casa feitos, dirijo-me ao local onde posso subir, mas o local não me deixa subir. Sigo junto ao edifício à procura de outra entrada. Isto não pode ser um bom presságio. Já estou a mais de 300 metros da cache, quando vejo por onde é que me posso meter "à altura". Encontro-me agora num jardim em pleno terraço/2º piso de uns prédios, onde posso controlar todas as pessoas que passam lá em baixo, sem que ninguém olhe para cima. Este jardim parece um pequeno Oásis selvagem em pleno Parque das Nações. Ninguém parece saber que isto existe. A cache propriamente dita deu luta e o sinal do GPS não parecia estabilizar. São vários os cantos, os recantos e os cantinhos em que ela podia estar. Ao fim e ao cabo, não está em nenhum canto, mas sim muito à vista e muito, muito bem camuflada. Hora de assinar de deixar o travel bug que tinha comigo... Boa viagem ;)

Enquanto comia a sandes que levei na mochila caminhei em direcção ao canto da música para aceitar o desafio lançado - Let's Play! [Lisboa] (GCR8WX). Aquela hora, As pessoas rumavam ao Vasco da Gama para almoçar, deixando o espaço livre para eu me divertir com alguns dos instrumentos musicais. Conto rapidamente os instrumentos e chego a um numero... Não, este não está na lista... conto e reconto, faço as contas, ponho em dúvida a minha capacidade de calculo mental e nada. Enquanto me afasto à próxima Geocache, penso que afinal... Sim, só pode ser assim. Nesta altura já estou demasiado longe e decido deixar esta para quando voltar. Grande erro! Algumas horas mais tarde o local estará cheio de gente e será impossível procurar a cache no local certo... Fica adiada.

Alguns metros acima (e pelo que tenho percebido, acima mesmo), a Vasco da Gama Tower (GC2KAMM) optou por não se revelar. O primeiro DNF do dia. Procurei e procurei, mas não estava mesmo a ver onde é que ela poderia estar, e continuo a não ver... O dia já vai com bastantes feitas e portanto não é muito mau se não achar algumas... A disposição mantêm-se lá em cima e a viagem é para continuar...

Foi n'O Pontão da Expo... (GC2MXJW) que encontrei mais uma. O local não estava propriamente agradável, com a água do Rio bem lá longe e sem nada de especial para observar. Foi apenas esperar que uma muggle acabasse os alongamentos da corrida, seguir a dica, loggar e continuar em frente.

É mais que certo que Vasco da Gama não gosta muito de mim. Depois de falhar a cache da torre, uma outra cache de tributo ao Navegador fez-se difícil (Vasco da Gama [Lisboa] - GC10YKD). Encontro-me num local onde as raízes das árvores fazem uma incrível dança sincronizada, entrelaçando-se umas nas outras, mostrando que a união faz a força. A união fez a força e incontáveis recantos, buracos e buraquinhos onde uma micro se podia esconder. Incontáveis, porque procurei em todos os que encontrei e em nenhum a cache decidiu pousar... Segundo DNF do dia, após mais de maia hora à procura em raízes de árvores...

A última Geocache do dia era a Toban (Parque das Nações) (GC2PPJP). Demorei algum tempo a perceber como é que iria conseguir chegar aquela cache, do ponto em que eu estava. Nesta altura já as pernas demoravam algum cansaço. Sempre em frente, pela lama, pela relva e pelos montes... Seja, estou cansado. Ao chegar ao local, um casal de geocachers e o seu cão estão a brincar com ela. Bem, posso ser muita coisa, mas parvo não e sento-me como quem não quer a coisa a espia-los... hm, então é ali que eles a esconderam ;) Quando eles se afastam, vários muggles se sentam nos bancos próximos. Não posso aproximar-me sem ser visto... Espero. O ultimo casal saiu, vou-me levantar e dirigir à cache... Espera! mau, o que fazem aqueles dois ciclistas que estão a chegar ali no chão? Ah, ok, mais uns que me passam à frente e vão procurar primeiro. Não patetas, é do outro lado, a dica é fácil! Desistiram e portanto é a minha vez, antes que chegue mais alguém. Ponho a mão... nada. Mau mau mau, eu vi! ponho a mão... nada! Ai ai ai >_< Ponho a mão... ahhh, está aqui :)

7/10 feitas, 2 DNF e uma desistência, no meu primeiro dia dedicado 100% ao Geocaching... Oh, quando é que posso ter outro assim? :)

domingo, março 06, 2011

BTT Ourique

Após 4 km a chafurdar na lama, está decidido, oficialmente, que detesto btt... Não é tão mais confortável andarmos em cima de um alcatrão suave e macio? Exacto!