quarta-feira, junho 19, 2013

Eureka

Há dias, em que o barulho do tiq-taq é oprimido pelo silencio da voltagem aplicada à tina onde moléculas de DNA são empurradas-puxadas ou pelas forças Gs provocadas pelo girar energético de uma centrifugadora.

Por vezes, perco-me nos quilómetros que piso entre os dois laboratórios que se separam fisicamente por meia dúzia de metros. Num dia em que 8 horas são passadas a fazer os mesmos procedimentos, com um sucesso apenas parcial, esqueceria-me de almoçar se não fosse o convite dos meus colegas. E como só somos convidados para algumas coisas, muito daquilo que é fundamental, mas pessoal, fica esquecido, como beber um copo de água, ou subir as escadas que me levam à wc.

E tudo até poderia ser, de uma forma ou de outra, uma coisa gira. Uma aproximação à minha vontade de ser realmente um cientista maluco (e lunático)... mas para isso é preciso que as coisas funcionem bem para que eu não passe pelos corredores irritado com o sucesso que não chega, mas que os passe sim, aos pulos, a gritar Eureka!

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