sábado, junho 18, 2011

Alentejo!

Entre o Verão e o Inverno, a paisagem muda várias vezes. Uma mudança suave e gradual que é vista aos meus olhos como se fosse abrupta, visto que não percorro esta estrada frequentemente.

O verde que surge para dar as boas-vindas aos primeiros raios de Sol do ano, morre quando a água que caiu durante o Inverno é bebida até à última gota, num esforço memorável para que cada uma daquelas plantas que pinta a estrada se mantenha viva. A morte deixa um tonalidade acastanhada, entre o amarelo torrado das estevas e a terra serra. Quando as primeiras gotas de água tocam no solo poeirento, os sobreviventes renascem, mas o cinzento do céu não permite que o verde brilhe.

As cegonhas, assistem agora à nossa passagem, nos seus ninhos, em cima de postes altos, muitas delas já com a família formada. Pássaros namoram lá no alto, piando alto. No solo, se olharmos bem lá para longe, talvez vejamos um coelho a correr ao largo da estrada, onde passa o carro veloz.

No Alentejo, apesar de termos cidades, vilas, aldeias ou montes, com as condições básicas de vida para qualquer pessoa, podemos abrir a porta da casa e testemunhar, em directo, um autêntico thriller de sobrevivência, ao mesmo tempo que eu vejo recordações de uma infância longínqua...

Só falta mesmo a rede de telemóvel não falhar a cada curva da estrada...

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