sexta-feira, junho 10, 2011

A festa da irresponsabilidade

Tenho o simpático prazer de morar numa vila relativamente calma, nos arredores da grande cidade. Apesar de estarmos a pouco mais de 30 minutos da capital, podemos ser ainda confrontados com a agradável calma de um rebanho de ovelhas a passar de um pasto para o outro, muito perto do centro da vila, atrasando por vezes os nossos carros, quando rumamos a casa, no final do dia.

Há porém um momento em particular do ano, em que esta vila se torna o contrário absoluto. Durante cerca de uma semana, abrimos as portas e deixamos entrar milhares de visitantes dos arredores para virem às nossas festas. Por serem festas nas ruas da vila e a custo zero, sempre associadas ao feriado que se comemora hoje, recebemos sempre um mar de gente. Gosto de ver pela janela, o descampado em frente à minha casa cheio de carros. É um sinal de desenvolvimento e de progresso, mostrando-me que pelo menos uma vez por ano, este pequeno canto remoto é importante e especial.

Porém, onde há muita gente, há muita confusão. Perto da hora dos grandes nomes do cartaz subirem ao Palco, as regras de transito deixam de ser entendidas como regras para passarem a meras sugestões ignoradas, para aqueles que querem desesperadamente encontrar um lugar para deixar de lado o seu meio de transporte. A multidão sobe e desce a rua, a gritar para se sobrepor aos sons das músicas dos mais de 4 palcos que fazem a festa. Embrulhada entre a imensidão dos pavilhões de exposição a lojas e marcas que todos os anos ocupam as mesmas posições, a massa incógnita passeia-se esquecendo os seus problemas.

A entrada no Pátio Caramelo é sempre difícil, pois a passagem é curta e a multidão é mais que larga. Lá dentro, jovens dos 5 aos 50 reúnem-se em grupos. Os copos caem constantemente vazios das mãos para o chão...

No final de cada dia destas festas, o rasto é de bebidas entornadas, copos pisados, papeis amarrotados, garrafas de cerveja nos cantos, pessoas a urinar num canto algures, e toda mais uma cascata de coisas que o meu cérebro as vezes prefere nem me mostrar.

Adoro as festas, porque são um sinal de liberdade para mim, mas era tão bom que festa e respeito não fossem coisas tão distantes...

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