
O problema da integração é-me bastante crítico. É-me muito difícil sentir totalmente parte de um grupo e portanto são muito poucos os grupos que conseguem tal proeza, não que os grupos aos quais pertenço sejam discriminatórios ou algo relacionado, mas porque eu não me encaixo dentro deles. É um problema meu, uma falha minha!
Pior do que não me conseguir integrar num grupo, é passar a estar desintegrado de um grupo ao qual já pertenci. É estranho não conseguir encontrar os temas certos para aquela mesa de convívio, olhar para o relógio quase sistematicamente à espera que outras pessoas que nos acompanhem sintam que está na altura de voltar, sentir um desconforto gigantesco ao estar envolvido num evento que conheço desde que me conheço como partícula pensante. Ainda pior do que sentir essa desintegração, é ver que pouco mudou e aquilo que mudou deveu-se sobretudo ao tempo, esse idoso de barbas cinzentas, que faz soprar os ponteiros do relógio num ritmo mortalmente constante e desgastante.
É verdade que sei o que podia fazer para me voltar a integrar, mas sei, sem pesar muito, que não quero. O tempo afastou-nos, num contínuo espaço-tempo, em que o espaço é mais social do que físico. Não gosto dos temas das conversas, não gosto dos rituais, não gosto do tom! Não sou eu!
Tenho uma enorme tristeza desta distância. E tal como antes não sabia nenhuma forma de me expressar numa aula, hoje sinto ainda falta de um modo de expressar esta tristeza. Pelo menos escrita...
Recordo... Uma história vaga
Sem comentários:
Enviar um comentário