terça-feira, julho 31, 2012

Jogos Olímpicos

O desejo de superação está sempre muito presente em nós. Queremos ganhar mais, mais férias, mais isto e mais aquilo. No caso dos jogos olímpicos queremos mais records, mais medalhas, mais esforços.

A verdade é que a evolução da condição humana não é nem poderia ser tão rápida como aquela que ambicionados. Um record não é uma marca média que se obtém, mas sim o extremo da capacidade humana. É desumano exigir que um atleta consiga sempre atingir o seu record pessoal, ou o record nacional. O record foi atingido uma vez e pronto, ficou marcado como a melhor marca alguma vez alcançada. Por maior que seja o esforço, não se pode atingi-la de novo a cada nova tentativa.

Além do mais, nenhum dia de trabalho é mais perfeito que o anterior, tal como um exame não tem de correr sempre melhor que o outro. Há dias melhores e há dias piores. No caso dos Jogos Olímpicos, há apenas e somente um dia, um minuto, alguns segundos. Todos são profissionais, todos têm as mesmas condições e todos deviam ser isentos à pressão... claro que quem está a ver no sofá, de férias, esquece-se que todos são também humanos, que todos chegaram onde apenas uma pequena quota parte da população do mundo chega.

Sou pelos atletas, não porque treinam em piores condições, mas porque se esforçam. Ninguém é atleta por um país, mas sim pela sua própria vontade. Nenhum deles tem de nos dar nada e nenhum nos deve nada. Vão lá porque gostam e serão os seus piores críticos nas suas falhas. Somos nós quem temos a obrigação de lhes agradecer por terem levado a nossa bandeira lá, apesar de nem sempre ela ter sido hasteada tão alto quando gostaríamos!


Postado originalmente na resposta ao post d'O Arrumadinho: A missão olímpica e as férias

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