terça-feira, julho 03, 2012

Made in

Há pessoas detestáveis como o raio. Uma dessas pessoas é o Pedro Boucherie Mendes (actual director de programas da SIC, ou coisa parecida), que, desgraçado do homem, desta vez até disse umas coisas acertadas, mas não apaga a imagem que tenho dele... temos pena.

Então, o Pedro (escrito só assim até parece que estou a contar a história de Pedro e o Lobo... adiante... o Pedro), na última vez que esteve sentado no sofá das muitas para a uma da manhã, na RTP1, ao responder a uma pergunta que lhe foi formulada, afirmou que as pessoas não compram um produto por ele ser português, mas sim por ser bom. Ora, concordo totalmente com a observação dele e com a atitude das pessoas. De facto, se eu tiver um produto melhor de outra nacionalidade, por muito patriota que eu seja, não me torno subitamente parvo!

Outra pessoa detestável é o Pedro Abrunhosa. Não há a mínima pachorra para ouvir o raio do homem a falar sistematicamente da música portuguesa. Ora porque as pessoas não ouve e deviam ouvir, ora porque deviam ouvir e não ouvem. Se ele não mudasse de óculos a cada gala do Ídolos, diria que ele tinha lá ido no primeiro dia e daí para a frente tinham-se limitado a repetir a gravação.

Recordo-me várias vezes da Sónia Tavares, vocalista da banda portuguesa The Gift. Numa das primeiras entrevistas que ouvi esta banda dar, na antena 3 (quando estavam a aparecer), foi-lhe pedida a sua opinião sobre a lei que se debatia na altura, em que as rádios seriam obrigadas a uma quota diária de musica portuguesa (alias, penso ser a lei actualmente em vigor). Como se estivesse a ser muito inteligente (e pelo menos feliz não foi), a Sónia Tavares respondeu que isso tinha de vir era do povo, porque no caso dos The Gift(e estou ainda a re-transmitir a resposta dela), a música era de tão boa qualidade que se as pessoas não queriam ouvir era porque não percebiam! Não, não e claro que não! Esta é uma atitude ingénua. Se for bom, as pessoas querem realmente ouvir e aí sim, passa na rádio. Se não passa, não é bom!

Dirá também um crítico de cinema que os filmes comerciais deviam ser desconsiderados em detrimento dos filmes de culto, mas, na verdade, são os comerciais que batem records de bilheteira. Sim, a música dos The Gift, ou os filmes de culto, podem estar mais bem construídos, podem ter mais conteúdo, podem ter técnicas soberbas e bem utilizadas, mas o objectivo não é ser bom... é entreter!

Dito isto, faço ainda notar que 51% dos artistas listados na minha biblioteca musical são portugueses e este post foi escrito ao som de música portuguesa. Por razões lógicas, Pedro Abrunhosa e The gift não estão presentes na minha lista de música...

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